segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Cartão vermelho para os corantes.





 Cartão vermelho para os corantes.






Os remédios, hoje em dia, têm cores cada vez mais atraentes. Mas você sabia que todo esse colorido que ingerimos é desnecessário para o efeito que se espera? Os aditivos - entre os quais estão os corantes - são substâncias adicionadas aos medicamentos e alimentos para tornar seu aspecto mais atraente e para acentuar o sabor, mas não têm nenhum valor terapêutico. Muito pelo contrário.

O primeiro ponto negativo é que o uso de corantes pode estimular o consumo inadequado dos medicamentos, principalmente pelas crianças, já que a cor chama a atenção e o sabor docinho pode ser confundido com uma das guloseimas que elas costumam ingerir. Sem contar que determinados corantes vêm sendo associados aos distúrbios de atenção e hiperatividade dos pequenos - segundo ponto negativo dessas substâncias.

Um estudo feito na Universidade de Southampton, na Inglaterra, publicado pela revista científica Lancet em 2007, mostrou que corantes e conservantes podem estar relacionados à hiperatividade e a distúrbios de concentração das crianças. No teste, o grupo de crianças que ingeriu a mistura com alto grau de aditivos teve "efeitos adversos significativos" em comparação com o grupo que bebeu a mistura placebo, sem corantes.

Apesar de perigosa, essa relação ainda não está totalmente esclarecida. "Estudos que avaliaram o uso de tartrazina [um dos tipos de corantes utilizados em medicamentos] e o aparecimento de distúrbios de comportamento em crianças, como a hiperatividade, ainda não permitiram estabelecer uma relação definitiva entre eles", esclarece Cristina Miuki Abe Jacob, coordenadora da Unidade de Alergia e Imunologia do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). Mas a relação entre esse corante e as reações alérgicas, entretanto, é amplamente documentada. É por essa razão que existe um alerta específico para o tartrazina nos medicamentos (RDC no 137/03 da Anvisa).

O Idec recomenda, nesses casos, o princípio da precaução. Sempre que você puder, deve evitar medicamentos com corantes - princi- palmente se eles forem dados a crianças. Para ajudar nessa tarefa, pesquisamos produtos de uso comum na pediatria - e seus correspondentes para uso em adultos - e descobrimos que 67% dos 57 medicamentos escolhidos utilizam corantes.

QUE COR É ESSA?

A primeira conclusão da pesquisa é de que é difícil fugir dos corantes - ou de algum tipo específico deles - sem a ajuda de um especialista no assunto. "Não há padronização entre os fabricantes na maneira de identificar os corantes presentes nos produtos. O corante amarelo crepúsculo, por exemplo, é identificado em alguns produtos como amarelo no 6, enquanto o amarelo tartrazina pode ser encontrado como amarelo no 5. O consumidor fica exposto aos riscos dessa informação pouco clara", alerta Mirtes Peinado, técnica do Idec responsável pela pesquisa. Com relação ao amarelo tartrazina, essa falta de clareza é uma infração grave, já que a presença do corante deve ser explicitada na embalagem dos medicamentos, de acordo com a RDC no 137/03, da Anvisa. No AAS infantil, por exemplo, essa informação não consta do blister. Apesar de a resolução obrigar o alerta apenas na embalagem principal, o Idec acredita que todas as partes dos medicamentos deveriam trazer essa informação, já que alguns remédios são vendidos apenas no blister.

Fonte:
Idec

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